Quando eu e meu marido decidimos explorar a Escócia, sabíamos que encontraríamos paisagens impressionantes, mas não estávamos preparados para a magia que nos aguardava. A Escócia é daqueles destinos que fazem você sentir que entrou num mundo paralelo, onde a realidade parece misturar-se com o imaginário. Já viajamos bastante, mas algo aqui nos tocou profundamente, como se fôssemos personagens de uma história antiga.
Logo no primeiro dia, ao avistarmos o Lago Ness envolto em uma névoa suave, foi impossível não sentir um arrepio de curiosidade. Seria mesmo possível existir algo escondido nessas águas profundas? Cada lenda sobre Nessie parecia ecoar em nossos ouvidos enquanto caminhávamos pelas margens tranquilas, criando uma sensação deliciosa de mistério.
Nas Highlands, o sentimento foi ainda mais intenso. As montanhas imponentes, cobertas por tapetes verdes e salpicadas por pequenas flores silvestres, pareciam guardar segredos ancestrais. Ao passearmos por lá, sentimos uma conexão única com a terra, algo difícil de explicar, mas impossível de esquecer.
E quando chegamos à Ilha de Skye, nos apaixonamos imediatamente. Esse pedaço mágico da Escócia nos transportou para contos de fadas reais, com suas formações rochosas dramáticas, cachoeiras escondidas e vilarejos pitorescos. Cada passo na ilha parecia revelar uma nova descoberta, reforçando a sensação de que estávamos vivendo algo especial e autêntico.
Neste artigo, quero dividir com você a magia desses lugares, compartilhar nossas descobertas e contar um pouco das histórias fascinantes que fizeram desta viagem à Escócia uma experiência inesquecível. Venha conosco nessa jornada pelos cenários místicos do Lago Ness, das Highlands e da encantadora Ilha de Skye.
Lago Ness: Onde o Mistério Encontra a Alma da Escócia
Não sei se foi a névoa pairando sobre a água ou o silêncio quebrado apenas pelo som suave das ondas, mas visitar o Lago Ness mexeu com a minha imaginação. Ao lado do meu marido, percorri as margens desse lago profundo e misterioso, e senti que havia algo quase mágico naquele lugar — algo que vai além da famosa lenda do monstro Nessie.
Dizem que o primeiro avistamento aconteceu em 1933, mas a verdade é que o mito parece muito mais antigo. Talvez seja o próprio ambiente que desperte esse fascínio: águas escuras, montanhas ao fundo e um ar de suspense que parece sussurrar histórias antigas. Claro que não vimos o monstro (ainda!), mas confesso que, por alguns momentos, ficamos em silêncio, só observando a superfície do lago… vai que, né?
O que vale a pena conhecer por lá
Urquhart Castle

Essa foi uma das paradas mais emocionantes da nossa visita. As ruínas do castelo, de frente para o lago, parecem saídas de um filme medieval. Caminhar por ali é como voltar no tempo, imaginando cavaleiros, reis e talvez até quem sabe… avistamentos misteriosos? E o visual? É de tirar o fôlego — fotos incríveis garantidas.
Passeios de barco
Navegar pelas águas do Lago Ness foi, sem dúvida, um dos pontos altos da viagem. Estar ali, em meio ao silêncio e à vastidão do lago, nos fez sentir parte da lenda. E sim, olhei para a água com atenção — vai que Nessie resolvesse dar o ar da graça!
Dicas para aproveitar melhor
Quando ir
No verão, os dias são longos e clima mais ameno. Mas se você prefere um ambiente mais tranquilo, recomendo a primavera ou o outono — menos turistas e paisagens igualmente encantadoras.
Base ideal: Inverness
Escolhemos Inverness como ponto de apoio e foi uma ótima decisão. A cidade é acolhedora, com boas opções de hospedagem, restaurantes charmosos e fácil acesso ao Lago Ness. Perfeita para descansar depois de um dia explorando as lendas escocesas.
Dica pessoal:
Mesmo que você não encontre o monstro, encontrará algo ainda mais valioso: momentos de conexão com a natureza, com a história e, se estiver em boa companhia, com quem caminha ao seu lado.
Highlands: O Coração Selvagem e Emocionante da Escócia
As Highlands… só de escrever esse nome, já me vem à mente aquele silêncio profundo, interrompido apenas pelo vento sussurrando entre as montanhas. Foi lá que senti algo diferente, quase primitivo — uma mistura de liberdade, introspecção e um encantamento difícil de explicar. Viajar com meu marido por essa região foi como abrir um livro antigo e vivo, onde cada curva da estrada revelava uma nova história.
Essa parte da Escócia é bruta e ao mesmo tempo delicada. Montanhas que tocam o céu, vales que parecem não ter fim e lagos que espelham o céu com perfeição. É impossível não se emocionar. Senti que ali a natureza fala mais alto, e que a gente, finalmente, aprende a escutar.
Além da beleza, as Highlands carregam séculos de história — e uma história que pulsa forte. Foi aqui que aconteceram os levantes jacobitas e a Batalha de Culloden, eventos que ainda ecoam nas paisagens e no olhar dos moradores. E mesmo sem entender todos os detalhes, é fácil perceber: essa terra tem alma.
Lugares que nos marcaram
Glen Coe – O Vale das Lágrimas

Nunca vou esquecer a sensação de estar em Glen Coe. O visual é de arrepiar: montanhas imensas cercam o vale e há um ar melancólico, quase poético. É lindo, sim, mas também carregado de emoção. Saber que ali ocorreram batalhas e traições históricas só intensificou a experiência. Não por acaso, esse cenário serviu de pano de fundo para filmes como Harry Potter e Skyfall.
Ben Nevis – No topo do Reino Unido
Não escalamos até o cume, mas estar aos pés do Ben Nevis já é impactante. É a montanha mais alta do Reino Unido, e ela impõe respeito. Observá-la de longe, com aquele céu dramático típico da Escócia, foi um dos momentos em que paramos, respiramos fundo e apenas admiramos. Às vezes, é disso que a gente precisa.
Experiências que tocamos com a alma
Trilha West Highland Way
Claro que não fizemos os 154 quilômetros inteiros, mas percorremos um trecho e foi o suficiente para entender por que essa trilha é tão especial. Cada passo parecia nos levar mais fundo na essência da Escócia. Silêncio, paisagens de tirar o fôlego, e uma paz que só quem caminha ali sabe descrever.
Vida selvagem em estado puro
Ver um cervo vermelho bem de perto foi um daqueles momentos que ficam guardados. E não foi só isso — vimos águias douradas planando no céu, e até uma lontra brincando próxima a um riacho. Tudo tão natural, tão autêntico. É um privilégio ver a natureza assim, sem filtros.
O lado místico das Highlands
É difícil explicar, mas as Highlands têm algo que toca a gente de um jeito especial. Talvez seja a névoa que aparece do nada, ou as histórias de fadas e guerreiros que os locais contam com brilho nos olhos. Sentimos uma energia diferente — como se estivéssemos em um lugar fora do tempo, onde o real e o fantástico se misturam com naturalidade.
Reflexão pessoal:
Se eu pudesse descrever as Highlands com uma palavra, seria “intensidade”. Intensidade nas paisagens, nas emoções, na conexão com quem viaja ao seu lado. É aquele tipo de lugar que a gente não visita… a gente vivencia.
Ilha de Skye: A Joia Mágica da Escócia que Tocou a Nossa Alma
Se existe um lugar no mundo onde a natureza parece sussurrar histórias antigas ao nosso ouvido, esse lugar é a Ilha de Skye. Ao cruzar a ponte que nos levou do continente escocês até a maior das Hébridas Interiores, eu e meu marido sabíamos que algo especial nos aguardava. Mas nada nos preparou para a magia silenciosa que sentimos a cada curva da estrada, a cada rajada de vento que parecia trazer ecos de tempos distantes.
Skye tem uma beleza que não é óbvia, mas arrebatadora. As paisagens mudam a cada instante — o céu cinzento se abre repentinamente para um raio de sol dourado, a névoa desce sobre as montanhas, transformando tudo em um cenário de conto de fadas. Foi impossível não se emocionar com essa dança imprevisível entre o clima e a paisagem.
Lugares que nos transportaram para outro mundo
Fairy Pools
Caminhar até as Fairy Pools, perto de Glen Brittle, foi como entrar num mundo paralelo. As piscinas naturais, com água incrivelmente cristalina em tons de azul e verde, nos hipnotizaram. E, mesmo com a temperatura baixíssima, molhei os pés — só para sentir na pele aquela energia mística. Dizem que essas águas são protegidas por fadas. Sinceramente? Eu acredito.
Old Man of Storr
Essa formação rochosa imponente já nos impressionava de longe. A subida foi desafiadora, mas cada passo valeu a pena. Lá do alto, com o vento no rosto e o mar ao fundo, tudo parecia fazer sentido. A lenda local diz que o “velho” seria um gigante petrificado. Mito ou não, a sensação ali em cima é de reverência.
Quiraing
Esse foi, talvez, o cenário mais surreal de toda a viagem. As formações geológicas dramáticas e o silêncio absoluto criam uma atmosfera quase extraterrestre. A gente caminha devagar, quase com medo de quebrar o encanto. É daqueles lugares que nos fazem lembrar como o planeta é cheio de mistérios.
Onde realidade e ficção se encontram
Se você é fã da série Outlander, vai reconhecer a energia da Ilha de Skye imediatamente. Embora nem todas as cenas tenham sido gravadas aqui, a atmosfera da série está por toda parte — os campos abertos, a névoa densa, a sensação constante de que algo ancestral ainda vive nessas terras. Skye também serviu de cenário para filmes como Prometheus e Rei Arthur: A Lenda da Espada. Não é coincidência: a ilha é pura poesia visual.
Dicas para quem deseja vivenciar essa magia
Como chegar
Chegamos de carro pela Skye Bridge, e foi ótimo ter essa liberdade para explorar a ilha no nosso ritmo. Também há ferries saindo de Mallaig ou Glenelg, uma opção charmosa e cênica.
Quando ir
Fomos no final da primavera e foi uma escolha acertada. Os dias eram longos, a luz era suave, e a natureza estava especialmente vibrante. Mas o começo do outono também é ideal, com menos turistas e uma paleta de cores ainda mais mágica.
Reflexão pessoal
Na Ilha de Skye, você não apenas visita um destino — você vive uma experiência. Cada lenda sussurrada pelo vento, cada pedra coberta de musgo, cada raio de sol filtrado pela névoa compõe uma memória que fica gravada na alma. E, quando se tem alguém especial ao lado, como eu tive, tudo ganha ainda mais sentido.
Planejando Sua Jornada: Dicas Para Uma Experiência Autêntica na Escócia
Explorar o Lago Ness, as Highlands e a Ilha de Skye foi, para mim e meu marido, uma daquelas experiências que a gente leva para sempre na memória — e no coração. Mas para que tudo aconteça de forma leve e encantadora, é importante planejar com carinho. Aqui vão as minhas dicas pessoais, com base em tudo o que vivemos por lá.
Um Roteiro Para Se Apaixonar
Foram 7 dias intensos, cheios de descobertas e momentos que ainda comentamos à mesa de casa. E, mesmo viajando com conforto, o custo foi bem razoável: entre USD $1.500 e $2.000 por pessoa, incluindo transporte, hospedagem e alimentação.
Aqui está o nosso roteiro:
Dia 1: Chegamos por Edimburgo (pode ser Glasgow também) e seguimos direto para Inverness. Aproveitamos o fim do dia para passear pela cidade e jantar em um restaurante local acolhedor.
Dia 2: Dia dedicado ao Lago Ness, com visita ao Urquhart Castle e um passeio de barco. Terminamos o dia de volta a Inverness, relaxando com uma taça de vinho e boa conversa.
Dia 3: Pegamos a estrada em direção às Highlands, com paradas em Glen Coe e Fort William — paisagens de tirar o fôlego. Dormimos por ali mesmo.
Dia 4: Exploramos os arredores de Ben Nevis (não precisa ser alpinista para se encantar com a área!). Mais uma noite em Fort William.
Dia 5: Partimos rumo à mágica Ilha de Skye, com direito a Fairy Pools e Old Man of Storr no mesmo dia. Dormimos na ilha.
Dia 6: Visitamos o Quiraing, o charmoso vilarejo de Portree e o castelo de Dunvegan. Uma delícia de dia!
Dia 7: Voltamos para o ponto de partida, fazendo algumas paradas surpresa no caminho — porque na Escócia, cada curva esconde algo especial.
Transporte e Hospedagem: Liberdade com Conforto
Aluguel de carro foi a melhor decisão que tomamos. Poder parar onde e quando quiséssemos tornou a viagem muito mais especial. As estradas são bem cuidadas, sinalizadas e, a cada quilômetro, uma nova paisagem de filme.
Na hora de escolher onde ficar:
Inverness: Optamos por uma guesthouse charmosa, com café da manhã caseiro e atendimento acolhedor.
Highlands: Nada como um bed & breakfast em Glen Coe ou Fort William para se sentir dentro da história escocesa.
Ilha de Skye: Reserve com antecedência, principalmente se for na alta temporada. Ficamos em um chalé perto de Portree, com vista para o mar — um verdadeiro refúgio.
Momentos Autênticos Que Você Não Pode Perder
Gastronomia com sabor de tradição:
Experimente o haggis, mesmo que só um pedacinho! E não deixe de provar o salmão fresco e o tradicional fish and chips. Ah, e claro: whisky escocês, direto de uma destilaria nas Highlands, tem outro sabor.
Eventos e festivais:
Se puder, viaje na época dos Highland Games (verão) — é pura cultura em forma de competição e música. E os festivais de música celta são de arrepiar.
Conexão com os locais:
Algumas das melhores lembranças que trouxemos não foram paisagens ou fotos, mas histórias que ouvimos de moradores em pequenos pubs e cafés. A Escócia tem uma alma que se revela em cada conversa.
Dicas Pessoais da Autora 🌿✨
Se você quer realmente sentir a magia da Escócia, aqui vão três segredinhos que fizeram toda a diferença pra mim:
No Lago Ness:
Vá até a margem ao entardecer. Leve uma lanterna, desligue por alguns minutos e deixe seus olhos se adaptarem à escuridão. O silêncio do lago, sob as estrelas, é algo que jamais esquecerei. E quem sabe… Nessie não resolve dar o ar da graça?
Na Ilha de Skye:
Acorde cedo e vá às Fairy Pools antes dos outros visitantes. A luz da manhã transforma tudo. É como se as fadas ainda estivessem por ali, dançando entre as pedras e as águas.
Nas Highlands:
Saia da rota turística e entre em um pub de vilarejo. Numa dessas noites, encontramos música tradicional escocesa tocada ao vivo por senhores da comunidade, com gaitas de fole e violinos. Bebemos um bom whisky e ouvimos histórias que não estão em nenhum guia de viagem.
Por fim…
O Lago Ness, as Highlands e a Ilha de Skye são mais do que lugares bonitos — são portais para um mundo encantado, onde cada elemento da natureza parece contar uma história. Viajar por essa tríade foi uma das experiências mais profundas que já vivi ao lado do meu marido.
Na Escócia, você não apenas vê paisagens — você sente. Sente o vento te envolver com uma lenda, o céu mudar como se fosse parte de um roteiro místico, e a terra te convidar a voltar. Porque, no fundo, a Escócia não se visita uma vez só. Ela nos marca… e nos chama de volta.
Como disse o escritor Sir Walter Scott:
“Onde quer que o espírito humano possa ir, ele nunca encontrará um terreno mais nobre do que o da Escócia.”
E eu não poderia concordar mais.