Por que a Chapada dos Veadeiros toca tanto a gente?
Viajar depois dos 40 tem um sabor diferente. A gente busca mais do que lugares bonitos — queremos vivências que nos transformem. Foi assim que me senti quando pisei pela primeira vez na Chapada dos Veadeiros. Localizada no coração de Goiás, essa joia do Cerrado brasileiro é mais do que um destino: é uma experiência espiritual, um reencontro com a natureza… e comigo mesma.
Fui com meu marido, em busca de alguns dias de paz, contato com a natureza e um pouco de aventura leve. E a Chapada nos entregou tudo isso e mais um pouco.
A Chapada é reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade. Mas, sinceramente? Isso é só o começo do que ela representa. Com suas paisagens místicas, cachoeiras de águas cristalinas e vilarejos cheios de histórias, a Chapada é o tipo de lugar que deixa marcas no coração.
O que faz da Chapada um destino tão especial?
Natureza em estado puro
Aqui, a biodiversidade é absurda! Trilhas que nos levam a cachoeiras escondidas, formações rochosas com mais de um bilhão de anos, espécies raras como o lobo-guará… É natureza sem filtro!
Energia que transforma
Há quem diga que a Chapada fica em cima de uma imensa placa de cristais de quartzo e, por isso, carrega uma energia única. Não sei explicar ao certo, mas te garanto: a sensação de paz e conexão é real.
As Cachoeiras que me marcaram

Cachoeira Santa Bárbara
Não dá pra descrever a cor da água dessa cachoeira — um azul turquesa quase inacreditável. Ela fica próxima à comunidade Kalunga, e só a trilha até lá já vale a viagem. Prepare-se para um banho que parece limpar a alma.
Cachoeira do Segredo
Um verdadeiro tesouro escondido. A trilha exige fôlego, mas a chegada compensa: 100 metros de queda d’água, natureza em volta e aquele silêncio que acalma até os pensamentos.
Cachoeira dos Cristais (a minha favorita!)
A apenas 8 km de Alto Paraíso, essa foi uma das experiências mais emocionantes da viagem. Caminhei descalça pela trilha, sentei perto de uma das quedas e meditei. Senti uma paz indescritível, como se os cristais do solo falassem com a gente.
Outras maravilhas da Chapada
Vale da Lua
Já imaginou caminhar por formações rochosas que lembram a superfície da lua? Aqui, isso é possível. As rochas esculpidas pela água criam um cenário surreal. Um dos lugares mais fotogênicos da Chapada!
Cânion do Rio Preto
Se você gosta de trilhas com recompensa visual, essa é pra você. Piscinas naturais, mirantes incríveis e aquele sentimento de aventura pura.
Vilarejo de São Jorge
Um charme de lugar! Com ruas de terra, lojinhas artesanais, comida caseira e gente acolhedora. Foi aqui que encontrei um restaurante simples onde comi o melhor risoto de pequi da minha vida.
Roteiro resumido e econômico
Seis dias são ideais para aproveitar o melhor da Chapada com tranquilidade. Aqui vai um resumo do roteiro:
Dia 1: Chegada em Alto Paraíso e pôr do sol no Jardim de Maytrea
Dia 2: Cachoeiras Loquinhas e Almécegas
Dia 3: Cachoeira do Segredo e chegada ao vilarejo de São Jorge
Dia 4: Parque Nacional da Chapada (Cânion do Rio Preto)
Dia 5: Santa Bárbara e visita à comunidade Kalunga
Dia 6: Cachoeira Capivara e retorno
💰 Gasto total estimado por pessoa (sem incluir passagens aéreas): aproximadamente US$ 275.
A Chapada dos Veadeiros, localizada no coração de Goiás, é um destino que encanta por suas paisagens deslumbrantes e energia singular. Para chegar a essa região mágica, é fundamental planejar bem o trajeto, considerando as opções de transporte disponíveis.
Como Chegar
Partindo de Brasília: O Caminho Mais Comum
Brasília é o ponto de partida mais utilizado por viajantes rumo à Chapada dos Veadeiros. A distância até Alto Paraíso de Goiás, principal portal da região, é de aproximadamente 220 km. O percurso é realizado pela BR-020 em direção a Formosa (GO); no trevo, deve-se acessar a BR-010 sentido Alto Paraíso. Após cruzar a divisa do Distrito Federal com Goiás, a BR-010 passa a se chamar GO-118. A estrada é asfaltada e geralmente apresenta boas condições, proporcionando uma viagem tranquila de cerca de 3 horas e 50 minutos.
Dicas de Compras e Gastronomia
Explorar a Chapada dos Veadeiros também é mergulhar nos sabores e tesouros que a cultura local oferece. Durante minha viagem, me encantei não apenas com as paisagens, mas com os detalhes que só um olhar atento e curioso pode encontrar.
Em Alto Paraíso, as lojas de cristais são um convite irresistível. Mesmo que você não acredite nos efeitos energéticos, é impossível não se deslumbrar com a beleza das pedras, cuidadosamente expostas em pequenas lojas familiares. Levei comigo um quartzo rosa que hoje decora minha sala — e sempre que olho para ele, me lembro da serenidade daquele lugar.
Nas feiras e lojinhas artesanais, encontrei peças feitas à mão por moradores e artistas locais, como panos bordados, colares com sementes do Cerrado e pequenos itens de decoração com identidade única. Tudo tem alma e história.
Na gastronomia, a Chapada foi um deleite. Nunca imaginei que fosse me apaixonar por um risoto de pequi, mas isso aconteceu em um restaurante acolhedor de São Jorge, à luz de velas, com música suave ao fundo. Experimentei também empadões goianos, pamonhas feitas na hora e sucos refrescantes de frutas que eu nem conhecia — como araticum e cagaita. São sabores intensos, da terra, que despertam os sentidos e deixam saudades.
E não posso deixar de mencionar os cafés e bistrôs charmosos de São Jorge. Alguns funcionam em casas simples, com varandas floridas, onde o tempo parece desacelerar. Parar para um café coado e uma fatia de bolo de milho depois de uma trilha longa foi um dos meus pequenos prazeres inesquecíveis da viagem.
Dicas Práticas
Melhor época: maio a setembro (seca e trilhas mais seguras)
Onde ficar: pousadas simples, confortáveis e acolhedoras
O que levar: tênis, protetor solar, chapéu, lanterna, dinheiro em espécie
Se puder, alugue um carro. Ele faz diferença na mobilidade entre as atrações, principalmente se você curte independência.
Fechando com Chave de Quartzo
A Chapada dos Veadeiros não é só um destino bonito. Ela é um convite para olhar pra dentro, desacelerar, ouvir o som da água caindo e sentir a energia da terra sob os pés.
Voltei de lá com a sensação de que algo em mim tinha mudado — mais leve, mais conectada, mais viva.
Se você tem mais de 40 e está buscando algo que vá além do turismo convencional, essa é uma jornada que recomendo de olhos fechados.
E você? Já viveu essa magia?
Se já visitou a Chapada, conta aqui embaixo nos comentários o que mais te marcou. E se ainda está planejando, aproveita pra tirar dúvidas comigo. Compartilhe este guia com amigas e amigos que também adoram viagens transformadoras.
A Chapada te espera. E, honestamente? Você merece viver isso. 🌿💧