Morro de São Paulo e Boipeba: Descubra as Melhores Praias e Experiências na Costa do Dendê

Viajar a dois sempre foi uma das formas mais especiais que encontrei para fortalecer a conexão com meu marido. Não importa quantos anos se passem, há algo de mágico em dividir uma rede à beira-mar, explorar trilhas em silêncio ou brindar o pôr do sol com os pés ainda molhados de mar. Foi com esse espírito que decidimos conhecer Morro de São Paulo e Boipeba, dois destinos que fazem parte da encantadora Costa do Dendê, na Bahia.

Confesso que, mesmo já tendo viajado bastante pelo Brasil, esses dois pedacinhos do paraíso conseguiram nos surpreender de formas que não esperávamos. Cada praia, cada caminhada por vilarejos de areia fofa e cada conversa com os moradores nos fez sentir mais vivos — e mais conectados com o essencial.

Neste artigo, quero te levar comigo nessa jornada. Vou compartilhar as melhores praias que visitamos, as experiências que mais nos marcaram e algumas dicas valiosas para quem, como nós, busca mais do que apenas um destino bonito: busca memórias que fiquem para sempre.

As Quatro Praias do Morro de São Paulo: onde cada canto tem um ritmo próprio

Uma das coisas que mais nos encantou em Morro de São Paulo foi a forma como cada praia tem uma personalidade própria. É quase como se o lugar fosse nos conduzindo suavemente por diferentes emoções — da animação à contemplação — à medida que caminhamos de uma praia à outra. E sim, fizemos isso tudo a pé, de chinelo, parando aqui e ali para um mergulho, um suco gelado ou simplesmente para olhar o mar sem pressa.

Primeira Praia: onde tudo começa

A Primeira Praia é como um convite animado para quem acabou de chegar. Ali já dá pra sentir a energia vibrante de Morro. É onde ficam algumas pousadas com vista para o mar e onde o burburinho começa. Se você curte esportes como tirolesa (sim, tem uma que desce direto do farol para o mar!), ou quer mergulhar logo de cara, esse é o lugar. Nós ficamos observando o vai e vem dos turistas enquanto tomávamos uma água de coco sob a sombra de um coqueiro — uma recepção e tanto.

Segunda Praia: o coração pulsante do Morro

É impossível falar da Segunda Praia sem lembrar das risadas, da música e do pôr do sol acompanhado de um drink. Aqui, o clima é de festa. À tarde, os bares vão ficando cheios, e à noite, a orla vira um ponto de encontro. Mesmo que você não seja fã de agito, vale a pena curtir pelo menos um fim de tarde aqui, sentada na areia com o seu par, vendo o céu mudar de cor enquanto o som ambiente vai crescendo de mansinho.

Terceira Praia: o equilíbrio perfeito

Quando chegamos à Terceira Praia, sentimos uma mudança de ritmo. Ela é um pouco mais tranquila, com pousadas charmosas e muitos barquinhos ancorados. Foi daqui que saímos para fazer o passeio de volta à ilha. Mas também foi onde passamos momentos mais íntimos: caminhadas de mãos dadas, sentindo a brisa e aproveitando o silêncio entre um mergulho e outro. É um lugar para quem quer um meio-termo entre o movimento da Segunda e a paz da Quarta.

Quarta Praia: um refúgio de paz e natureza

Se existe um lugar onde o tempo desacelera de verdade, é na Quarta Praia. Quilômetros de areia quase deserta, piscinas naturais formadas na maré baixa e aquele silêncio que só o som do mar preenche. Foi aqui que sentimos que havíamos realmente chegado. Deitamos numa canga, desligamos o celular e deixamos o dia passar. Ver peixinhos nadando entre nossos pés nas águas rasas foi uma das experiências mais simples — e mais lindas — da viagem.

Experiências imperdíveis em Morro de São Paulo: momentos que ficam pra sempre

Passeio de volta à ilha: um dia, muitos paraísos

Esse passeio foi, sem dúvida, um dos pontos altos da nossa viagem. Saímos cedo da Terceira Praia em uma lancha rápida, com o coração cheio de expectativa e o vento batendo no rosto. A volta à ilha passa por lugares como Cairu, Boipeba, Garapuá e as piscinas naturais de Moreré. Cada parada parecia um cenário novo de filme, e o mais gostoso foi fazer tudo no nosso ritmo.

Em Boipeba, almoçamos à beira do rio, com os pés na areia e peixe fresco no prato. Ali, senti uma paz que não dá pra explicar. Foi um dia longo, mas daqueles que a gente não queria que acabasse nunca.

Tirolesa do farol: adrenalina com vista para o infinito

Eu quase desisti dessa — mas que bom que não fiz isso! A tirolesa que sai do alto do farol e termina na Primeira Praia parecia coisa de gente mais jovem, mas meu marido me convenceu a ir. E olha… foi libertador. Aquela sensação de voar sobre o mar azul-turquesa, com o sol batendo no rosto, é algo que vou guardar para sempre. Gritamos de alegria como duas crianças!

Passeio de quadriciclo: liberdade e aventura

Em um dos dias mais ensolarados, alugamos um quadriciclo para explorar a ilha com mais liberdade. Foi uma das decisões mais divertidas da viagem! Passamos por trilhas de areia, trechos mais rústicos, vilarejos com charme baiano e mirantes escondidos. Rimos muito com os perrengues leves pelo caminho — como quando atolamos na areia e tivemos que empurrar juntos o quadri (ótimo para fortalecer o espírito de equipe do casal 😄).

O legal é que você vai parando onde quiser, explorando no seu tempo e descobrindo cantinhos fora do roteiro tradicional.

O pôr do sol: um espetáculo diário

Ver o sol se despedir do dia é sempre especial, mas em Morro, esse momento tem um toque extra de magia. Nosso lugar preferido foi o mirante da Toca do Morcego, onde o céu parece virar uma tela em tons de laranja, rosa e lilás. Chegamos cedo, pedimos um vinho branco gelado e ficamos em silêncio, só observando. Um daqueles instantes que nos lembram do que realmente importa.

Também vimos o pôr do sol da praia e do alto do farol — cada ângulo com sua beleza própria. Mas, sinceramente? Não importa onde você esteja: o sol sempre dá um show.

Ilha de Boipeba: A Serenidade da Natureza Intocada

Depois de alguns dias em Morro de São Paulo, achamos que já havíamos visto o melhor da região. Mas foi só colocar os pés em Boipeba para entender que ainda havia muito mais encanto guardado para nós. A travessia até lá, feita de lancha, já começou a nos preparar: o mar calmo, os manguezais se abrindo ao longe e um silêncio acolhedor deram o tom de uma ilha que parece ter parado no tempo — no melhor sentido possível.

Boipeba tem um ritmo próprio. Nada de carros, buzinas ou correria. Lá, o som predominante é o das ondas quebrando suavemente, das folhas balançando com o vento e das risadas tranquilas vindas de algum restaurante rústico à beira-mar. Andar pelas trilhas de areia fofa com o meu marido, sem mapa nem pressa, foi como voltar às origens — da natureza e do nosso relacionamento também.

É um lugar que convida à contemplação, à simplicidade e à leveza. Se Morro de São Paulo nos recebeu com energia e beleza, Boipeba nos acolheu com silêncio e profundidade. E foi exatamente essa combinação que fez da viagem algo tão especial.

As praias de Boipeba: cada uma com sua beleza e seu silêncio

Se tem algo que aprendemos em Boipeba é que o paraíso não tem pressa. As praias por aqui não gritam por atenção — elas sussurram. Convidam a chegar devagar, tirar o chinelo, respirar fundo e deixar o tempo correr solto. Cada praia que conhecemos teve um impacto diferente sobre nós, como se cada uma tocasse um pedacinho da alma de um jeito especial.

Praia da Boca da Barra: a porta de entrada para o sossego

Foi ali que pisamos pela primeira vez em Boipeba. A Praia da Boca da Barra é onde o rio encontra o mar, criando uma paisagem calma e cheia de nuances. A maré mais baixa revela bancos de areia dourada e um mar tão tranquilo que parece lagoa. Sentamos em um restaurante simples, mas com uma comida deliciosa, e almoçamos com os pés na areia. Ali, começamos a entender o ritmo da ilha — e já sabíamos que seria difícil ir embora.

Praia de Tassimirim: beleza selvagem e energia tranquila

Seguimos por uma trilha à beira-mar e chegamos em Tassimirim. Foi uma das praias que mais nos emocionou, talvez por estar quase deserta quando chegamos. A vegetação nativa beirando a areia, as pedras compondo o cenário e o som do mar mais forte criaram um clima de conexão com a natureza que é difícil de descrever. Ficamos ali um bom tempo, quase sem falar — só sentindo.

Praia da Cueira: cenário de cartão-postal

A Praia da Cueira é daquelas que, se você sonha com uma praia perfeita, provavelmente ela se parece com isso. Um extenso coqueiral, mar azul cristalino e uma faixa de areia branca que parece não ter fim. Caminhamos de mãos dadas por boa parte dela, com a brisa do mar batendo leve e o sol dourando o fim da tarde. Foi aqui que comemos a famosa lagosta da barraca do Guido, recomendação de muitos viajantes. E sim: é tudo o que dizem e mais um pouco!

Praia de Moreré: um mergulho nas piscinas naturais

Moreré tem uma energia própria. Chegamos de quadriciclo, com aquele espírito de aventura leve, e fomos recebidos com um mar que mais parecia uma pintura. As piscinas naturais são formadas na maré baixa, e mergulhar ali, com os peixinhos nadando ao redor, foi uma experiência de pura paz. É o tipo de lugar que parece ter sido feito para quem precisa desacelerar — e se reencontrar.

Praia de Bainema: a praia que parecia só nossa

Pouco conhecida e mais afastada, Bainema nos surpreendeu. A caminhada até lá é longa, mas absolutamente recompensadora. Quando chegamos, não havia ninguém além de nós. Só mar, areia, sombra de amendoeiras e um silêncio profundo. Deitamos na canga, abrimos um livro que nem lemos e ficamos olhando o céu. Foi, talvez, o momento mais puro de descanso da viagem. Como se o tempo tivesse parado por algumas horas só para a gente.

Experiências imperdíveis em Boipeba: onde o simples vira inesquecível

Se Morro de São Paulo nos deu aventura e agito na medida certa, Boipeba nos presenteou com experiências mais sutis, quase terapêuticas. É o tipo de lugar onde a beleza está nos detalhes — no sabor de um prato bem feito, na calmaria de um passeio de canoa ou na sensação de andar descalça por trilhas de areia cercadas por coqueiros. E foi justamente nessa simplicidade que vivemos alguns dos momentos mais especiais da viagem.

Canoa pelo manguezal: silêncio e contemplação

Foi num final de tarde que fizemos o passeio de canoa pelo manguezal do Rio do Inferno (não se assuste com o nome — o lugar é um paraíso!). O barqueiro era um morador local, que conhecia cada curva do rio e contava histórias enquanto remava devagar. A luz do pôr do sol refletia nas águas calmas, e a sensação era de estar dentro de um quadro em movimento. Em certos momentos, o silêncio era tão profundo que tudo o que se ouvia era o som da água e o canto das aves. Um convite à introspecção e à gratidão.

Passeio de lancha: explorando os arredores de forma leve

Também fizemos um passeio de lancha saindo da Boca da Barra, passando por Moreré, Bainema, e algumas ilhotas menores. Cada parada trazia uma nova surpresa: um banho de mar refrescante, um snorkel entre peixes coloridos, uma caminhada em bancos de areia que desaparecem na maré alta. O clima era leve, com poucos turistas e uma tripulação acolhedora que parecia ter prazer em mostrar os segredos da região. Paramos até para tomar uma caipirinha em um bar flutuante no meio do rio. Impossível não sorrir só de lembrar.

Gastronomia: sabor com alma baiana

Comer em Boipeba é uma experiência à parte. Nada de luxo — o que reina por aqui é a autenticidade. Cada restaurantezinho escondido parece ter uma história para contar. Nossa refeição mais memorável foi na Casa Namoa, onde comemos um polvo grelhado com purê de banana-da-terra que arrancou suspiros. Mas também teve o pastel de camarão da praia, o peixe assado feito na hora e a sobremesa de cocada mole que derretia na boca.

A gente percebe quando a comida é feita com carinho. E em Boipeba, isso transborda.

Trilha entre Cueira e Moreré: caminhada que renova

Uma das trilhas que mais gostamos foi a que liga a Praia da Cueira a Moreré. É uma caminhada tranquila, de cerca de 40 minutos, passando por coqueirais, pequenos riachos e trechos de mata. Fizemos com calma, parando para tirar fotos, brincar com cachorros locais e conversar com moradores que cruzavam nosso caminho. Foi uma forma linda de se conectar com o ambiente — e um lembrete de como caminhar pode ser uma terapia.

Banho de rio e de mar no mesmo dia

Em Boipeba, o encontro do rio com o mar é um presente da natureza. Em alguns pontos, como na Boca da Barra e no Rio do Oritibe, é possível nadar na água doce cercada por mangue, e, minutos depois, mergulhar no mar aberto. Alternar entre os dois foi uma das delícias dessa viagem. O corpo relaxa e a mente agradece.

Como chegar em Morro de São Paulo: o caminho faz parte da experiência

Uma das coisas que aprendemos viajando é que o trajeto também faz parte da aventura — e no caso de Morro de São Paulo, isso é totalmente verdade. Chegar até lá exige um pouco de paciência, mas posso garantir: vale cada minuto.

Partindo de Salvador

Se você estiver em Salvador, há algumas formas de chegar até Morro, e cada uma oferece uma experiência diferente:

1. Catamarã direto (opção mais prática):
Foi a nossa escolha. Pegamos o catamarã no Terminal Marítimo de Salvador (bem ao lado do Mercado Modelo), e a travessia dura cerca de 2h30. O mar pode ser um pouco agitado dependendo do dia, então é bom levar um remédio para enjoo, caso você seja mais sensível — eu tomei um e viajei tranquila. Apesar do balanço, a vista da Baía de Todos os Santos é linda!

2. Semi-terrestre (para quem prefere evitar o mar):
Essa opção mistura carro e lancha, e é ideal para quem quer um trajeto mais suave. Primeiro, você pega um ferry boat até Bom Despacho (Ilha de Itaparica), depois segue de carro até Valença e, por fim, uma lancha rápida até Morro. Demora um pouco mais, mas muita gente prefere pela maior estabilidade.

Partindo de Valença

Se você já estiver em Valença, o trajeto é bem simples:
Do cais da cidade saem lanchas rápidas que levam cerca de 30 a 40 minutos até Morro de São Paulo. É uma opção bem comum para quem está fazendo um roteiro mais amplo pela região. O cais é bem organizado, e logo ao chegar já se sente aquele clima descontraído da ilha.

Como ir de Morro de São Paulo para Boipeba: um deslocamento que já é passeio

Depois de alguns dias curtindo Morro, chegou a hora de seguir para o nosso segundo destino: Boipeba. E aqui vai um detalhe importante — o trajeto entre as duas ilhas já é, por si só, uma experiência deliciosa.

Lancha rápida (passeio completo pela volta à ilha)

Optamos por fazer o clássico passeio de volta à ilha, que termina em Boipeba. É uma maneira incrível de ir de um destino ao outro, aproveitando o dia ao máximo. Saímos de manhã, com paradas em praias como Garapuá e Moreré, e em pontos como as piscinas naturais e o vilarejo de Cairu. Almoçamos durante o trajeto e chegamos a Boipeba no final da tarde, encantados com cada pedacinho do caminho.

Essa é a opção perfeita se você quer transformar o deslocamento em parte do roteiro.

Lancha rápida direta

Também é possível ir direto de Morro para Boipeba de lancha rápida, saindo do cais principal. O trajeto dura cerca de 1 hora e passa por trechos lindíssimos do rio e do mar. É ideal para quem quer otimizar tempo e chegar logo no paraíso.

Dicas Práticas de Planejamento e Logística

Reserve com antecedência: Durante a alta temporada, os catamarãs, lanchas e hospedagens tendem a lotar rapidamente. Planeje sua viagem com antecedência para garantir as melhores opções.

Viaje leve: Tanto Morro de São Paulo quanto Boipeba possuem trechos de acesso por trilhas ou ruas de areia, o que pode dificultar carregar bagagens pesadas. Priorize mochilas ou malas pequenas.

Considere os horários das marés: Em alguns casos, o nível da maré pode afetar o tempo e a segurança do trajeto marítimo. Verifique os horários para evitar imprevistos.

Escolha a melhor época: As condições climáticas são um fator importante. De novembro a março, o clima é quente e seco, ideal para passeios, mas as ilhas também ficam mais movimentadas.

Dicas de OuroDicas de Ouro + Nosso Roteiro: 8 dias inesquecíveis entre Morro de São Paulo e Boipeba

Quando decidimos fazer essa viagem a dois, nosso objetivo era claro: desacelerar, nos reconectar com a natureza e com nós mesmos. Escolhemos Morro de São Paulo e Boipeba justamente por isso — dois destinos mágicos, com personalidades diferentes, mas que se complementam perfeitamente. E posso dizer com o coração tranquilo: foi uma das viagens mais marcantes que já fizemos.

Foram 8 dias entre trilhas na areia, pores do sol emocionantes, sabores marcantes e momentos de pura contemplação. Abaixo, compartilho nosso roteiro — e também algumas dicas preciosas para quem quer aproveitar tudo o que esses paraísos baianos têm a oferecer, sem estresse.

Nosso roteiro completo: 4 dias em Morro de São Paulo + 4 dias em Boipeba

Dia 1 – Chegada a Morro de São Paulo
Chegamos pelo catamarã saindo de Salvador. Logo ao desembarcar, fomos recepcionados com aquele visual encantador da vila. Aproveitamos o resto do dia para explorar o centrinho, comer uma moqueca maravilhosa e assistir ao pôr do sol no Forte. Foi ali que a ficha caiu: estávamos no paraíso.

Dia 2 – Praias e tirolesa
Fizemos a clássica caminhada pelas praias da Primeira até a Quarta, com várias paradas para banho e fotos. À tarde, vencemos o medo e nos jogamos na tirolesa. Foi adrenalina pura e uma vista que vale cada segundo no ar.

Dia 3 – Aventura de quadriciclo e praias mais afastadas
Alugamos um quadriciclo e saímos cedo rumo à Quinta Praia. Exploramos trechos mais desertos da ilha e sentimos aquela deliciosa sensação de liberdade. Um dos dias mais divertidos da viagem.

Dia 4 – Passeio de volta à ilha
Esse passeio é imperdível. Passamos por piscinas naturais, vilarejos e paisagens inacreditáveis. Almoçamos em Boipeba e seguimos de lancha até lá, encerrando Morro de São Paulo com chave de ouro e já nos encantando com o próximo destino.

Dia 5 – Primeiros encantos de Boipeba
Chegamos à Praia da Cueira e simplesmente… paramos. Espreguiçadeiras, sombra de coqueiro, um livro e nada mais. Um dia para respirar fundo e não fazer planos.

Dia 6 – Piscinas naturais de Moreré
Pegamos um quadriciclo local e fomos até Moreré. Mergulhar nas águas cristalinas das piscinas naturais foi como nadar num aquário. Ficamos horas ali, sem pressa, sem pressões.

Dia 7 – Passeio de canoa e visita a Velha Boipeba
Nosso passeio de canoa pelos manguezais ao entardecer foi poético. O barqueiro nos contou histórias, apontou pássaros e nos levou até o vilarejo histórico de Velha Boipeba. Um verdadeiro mergulho na cultura local.

Dia 8 – Despedida na Ponta dos Castelhanos
No último dia, visitamos essa praia mais afastada e fizemos snorkeling. Encerramos a viagem com um misto de gratidão e aquele gostinho de “quero voltar”.

Custo total estimado por pessoa (sem passagem aérea)

Claro que os valores podem variar conforme o estilo de viagem, a época e as escolhas de hospedagem, mas para quem busca conforto sem exageros, estimamos algo em torno de US$1.100 por pessoa para 8 dias, em alta temporada.

Esse valor inclui hospedagem confortável, alimentação (com direito a frutos do mar fresquinhos e drinks ao pôr do sol), passeios, transporte entre as ilhas e até aluguel de quadriciclo. Cada centavo valeu pela experiência.

Dicas de ouro para aproveitar ao máximo

Melhor época para visitar:
De novembro a março, o clima é quente e seco — ideal para aproveitar tudo ao ar livre, embora mais movimentado. Já entre abril e junho ou agosto e outubro, o ritmo é mais calmo e os preços mais convidativos. Evite julho, que costuma ter mais chuvas.

Evite malas grandes ou com rodinhas:
As ruas são de areia e muitas subidas exigem disposição. Vá de mochila ou mala leve.

Leve dinheiro em espécie:
Alguns lugares não aceitam cartão, principalmente em Boipeba.

Não corra. Viva o tempo da ilha.
Aqui, menos é mais. Planeje, sim, mas permita-se viver o improviso. Foi nos momentos mais simples que tivemos as lembranças mais fortes.

Por fim…

Depois de oito dias intensos e inesquecíveis entre Morro de São Paulo e Boipeba, posso dizer com toda certeza: essa viagem vai ficar gravada na memória — e principalmente no coração. São lugares diferentes, mas que se completam como se tivessem sido pensados para viver uma experiência de equilíbrio perfeito entre aventura e descanso, entre o movimento da vida e o silêncio da alma.

Morro de São Paulo nos recebeu com sua energia contagiante, praias com estrutura, restaurantes animados e um pôr do sol de tirar o fôlego. Já Boipeba nos acolheu com a sua simplicidade delicada, a natureza preservada, os pés descalços e o tempo desacelerado. É impossível não se apaixonar por esse contraste tão harmônico.

Viajar pela Costa do Dendê é mais do que visitar praias paradisíacas — é sobre se reconectar com o essencial, abrir espaço para o improviso, se deixar surpreender por uma conversa com um morador, um peixe fresco preparado com carinho ou um banho de rio inesperado no meio do caminho.

Se você está buscando um lugar para relaxar, se aventurar, se reconectar com a natureza e com quem viaja ao seu lado, esse pedacinho da Bahia é um convite irrecusável. E te garanto: você vai voltar diferente.

Dica especial da autora: um caminho alternativo e cheio de surpresas

Pouca gente sabe, mas existe uma forma alternativa de ir de Morro de São Paulo até Boipeba que transforma o deslocamento em uma verdadeira imersão cultural e natural. Em vez da lancha rápida ou do passeio tradicional, você pode fazer o trajeto por trilhas e trechos de barco menores, passando por manguezais, praias desertas e comunidades locais.

Durante o caminho, vimos marisqueiras trabalhando na maré baixa, conversamos com pescadores e avistamos pássaros que só existem por ali. Foi uma experiência rica, cheia de significado e muito mais autêntica do que qualquer roteiro turístico convencional. Algumas pousadas têm contato com guias e barqueiros locais de confiança — vale a pena perguntar.

Se optar por esse caminho, certifique-se de escolher profissionais credenciados e tire todas as dúvidas antes do passeio. O roteiro, o tempo de trajeto e as condições do dia fazem toda a diferença. Com os cuidados certos, você vai viver uma travessia memorável, com a beleza rústica e acolhedora que só a Bahia sabe oferecer.